Prevalência de sífilis e fatores associados em pacientes atendidos no laboratório da Fundação de Saúde de Vitória da Conquista (BA)

Resumo

Introdução: A sífilis continua sendo uma doença infecciosa sexualmente transmissível de grande impacto para a Saúde Pública, dadas as elevadas prevalências encontradas no Brasil e no mundo, apesar de ter sido descoberta há séculos. Sua detecção laboratorial, com posterior tratamento, pode reduzir as taxas de contaminação vertical entre adultos, além de reduzir sequelas de suas manifestações clínicas. Objetivo: Determinar a prevalência de sífilis, incluindo as formas gestacional e congênita, e fatores associados em pacientes atendidos no laboratório da Fundação de Saúde de Vitória da Conquista (FSVC). Métodos: Estudo de corte transversal retrospectivo realizado com dados secundários obtidos do sistema de laudos e norteado pela planilha de notificação para sífilis do laboratório da FSVC no período de julho de 2012 a julho de 2013, obedecendo aos critérios da Portaria nº 3.242, de 2011. Resultados: Foram identificados 134 pacientes com provas diagnósticas positivas para sífilis entre 6.699 pacientes testados, revelando uma prevalência global de 2%. A prevalência da sífilis congênita foi de 2,84% e a de sífilis gestacional de 2,24%. Destaca-se entre os positivos que 19,4% dos pacientes tinham idade igual ou inferior a um ano, 37,3% eram gestantes, 94% residiam na zona urbana e 47% tinham títulos de venereal disease research laboratory (VDRL) de até 1:4. Desses pacientes com teste primário positivo, 94% tiveram positividade no teste confirmatório. Entre recém-nascidos positivos, 60% tinham títulos de até 1:2. Conclusão: As prevalências encontradas estão elevadas levando em consideração os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e são capazes de representar ônus para população. No entanto, apontam boa capacidade de triagem do município frente a doença, o que é um passo essencial para a Saúde Pública combater esta grave infecção.