Reprodutibilidade do teste de captura híbrida de segunda geração na detecção de HPV de alto risco em material cervicovaginal de autocoleta
Palavras-chave:
HPV, autocoleta, captura híbridaResumo
Introdução: o câncer de colo uterino é a terceira causa de óbito na população feminina do Brasil. Ocorrem anualmente cerca de 17 mil novos casos com taxa de mortalidade estimada em 4 mil casos. O papilomavírus humano (HPV) é o principal fator de risco associado a esse tipo de câncer. Alguns tiposde HPV, denominados de alto risco, são carcinogênicos e encontrados em praticamente 100% dos tumores cervicais e na maioria das lesões de alto grau. Assim, a aplicação clínica de testes moleculares para a detecção do HPV no conteúdo cervicovaginal, como estratégia de triagem de câncer de colo elesões de alto grau, é de grande interesse. Objetivo: o presente trabalho teve por objetivo comparar os resultados da captura híbrida II para HPV de altorisco oncogênico em material coletado por médico e o proveniente de autocoleta domiciliar. Métodos: trezentas e vinte e três mulheres foram submetidas à coleta de material vaginal por autocoleta domiciliar e, posteriormente, por profissional médico. Os dois materiais de cada paciente foram submetidos aoteste de CH II (STM, DIGENE Corp., USA). para HPV de risco oncogênico. O presente protocolo foi submetido à apreciação e aprovado pela Comissão de Ética da Secretária de Saúde do Estado do Ceará, que indicou para participar do estudo as cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Sobral e Pedra Branca. Foram incluídas neste estudo mulheres que moravam em uma das cidades selecionadas, com idade entre 15 a 50 anos e com o último exame preventivorealizado há mais de seis meses. Resultados:das 323 mulheres avaliadas, 17,96% apresentaram resultados positivos para ambos os métodos de coleta, 73, 37% apresentaram resultados negativos para ambos os métodos de coleta, 1,86% apresentaram resultados positivos por coleta médica e negativa paraautocoleta, e 6,81% apresentaram resultados positivos por autocoleta e negativos por coleta médica. Conclusão: a autocoleta mostrou-se significativa-mente reprodutível com a possibilidade de atender a mulheres sem aceso a serviços de saúde.